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Religião

“Museu da Sé de Beja” ou “Coleção visitável”?

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“Museu da Sé de Beja” ou “Coleção visitável”?


Desde agosto de 2018 que pode ser visitado o “Museu da Sé de Beja”. Uma questão que deu origem a queixas à Direção-geral do Património Cultural e que levou esta entidade, a proibir a utilização da denominação “Museu”, por não ter autorização para tal. A Diocese afirma estar em conversações com a Direção-geral do Património Cultural e a “lutar” pela manutenção do “Museu da Sé de Beja”.

A denuncia sobre esta matéria, e sobre o Museu Episcopal, “que chegou a receber um prémio nacional” e que “está desmantelado”, como é referido no documento, chegou à Voz da Planície com a indicação da resposta da Direção-geral do Património Cultural sobre a queixa efetuada relativamente ao “Museu da Sé de Beja”. No documento pode ler-se, e passamos a citar: “analisado o assunto, foi verificado que a Diocese de Beja está a fazer uso da denominação Museu sem ter para isso obtido a prévia autorização do Ministério da Cultura, como previsto na Lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto (Art.º 87). Informamos que foi solicitado à Diocese de Beja que renuncie à utilização dessa denominação, assim como a sua remoção da sinalética e outros suportes de divulgação. Em alternativa, poderá ser utilizada a denominação “Coleção visitável”, prevista naquela Lei.”

A Voz da Planície falou com o Bispo de Beja sobre esta matéria e D. João Marcos confirmou que a Diocese recebeu advertências da Direção-geral do Património Cultural, às quais respondeu, estando a aguardar, orientações. O Bispo de Beja garantiu, também, que se desconhecia a existência de legislação sobre esta matéria.

Sabendo da existência da Comissão Diocesana de Arte Sacra, a nossa estação falou com o responsável pela mesma. E foi o padre Manuel António do Rosário quem explicou que o “Museu da Sé de Beja” foi constituído com peças do Museu Episcopal, mas que pertenciam à Sé, que está visitável desde agosto do ano passado e que a resposta enviada à Direção-geral do Património Cultural dá conta do número de visitantes que já apreciou este tesouro e outros monumentos da cidade, com a reativação da Associação Portas do Território. Avançou, ainda, que a denominação se mantém como “Museu da Sé de Beja” e que se está a “lutar” pela sua manutenção, nesta fase, tal como referiu, que se “iniciou” com a Direção-geral do Património Cultural.

O padre Manuel António do Rosário deixou claro, igualmente, que a Diocese se compromete a criar as condições para a manutenção do “Museu da Sé de Beja” e que este espaço será melhorado, encontrando-se, atualmente, numa fase transitória.

Recordamos que o Museu Episcopal de Beja foi restabelecido em 2004, na Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, como um dos polos da Rede Museológica Diocesana.

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A irresponsabilidade do bispo de Beja brada aos céus, mas a leitura das prosas de A. Lampreia mostra o que de facto aconteceu na Diocese de Beja. As suas palavras são tão explícitas que dispensam comentários. Que vergonha a situação a que o atual responsável pela Diocese está a deixar chegar o património que não é dele, nem dos padres, mas das comunidades locais. E que desplante vir dizer que desconhece a lei. Não me reconheço nesta Diocese fechada aos valores da arte e do diálogo, tão contrária aos ensinamentos do Papa Francisco. Lamento muito o que Lampreia ousa dizer a respeito de artistas de mérito, como o Pintor António Paisana. A sua obra consistente, serena e humanista, reflecte os valores do Espírito, ao contrário dos delambidos quadros pintados pelo bispo D. João Marcos, obras decalcadas do passado bizantino, que ele e os seus andam a impingir aos párocos (e que estes, por temor de retaliações, aceitam passivamente). Uma tristeza.

José Costa

30/05/2019

O extinto Museu Episcopal não tinha condições, tal como estava organizado, para funcionar como um museu dependente da Diocese de Beja. Por mais voltas que se dê à questão, a Igreja Católica é uma instituição que não pode embarcar em "modernices", nem em contemplações com o ideário dominante nas artes plásticas, isso pode colocar em causa os fundamentos da própria fé. Querem alguns exemplos concretos? As pinturas de António Paizana são uma aberração para o Cristianismo, com as suas figuras alongadas, membrudas, sem elegância. Nada tenho contra este artista, mas compreende-se muito bem que quem é perito em matéria artística, como o actual bispo, formado em Pintura, não queira expor as suas obras nem em igrejas, nem em museus diocesanos. Como seria desagradável estar a seleccionar o que ficava ou não ficava no Museu Episcopal, o melhor foi mesmo cortar o mal pela raiz. Foi também uma boa maneira de evitar que o Cristianismo tivesse que passar o vexame de estar exposto ao lado de vestígios do Judaísmo e do Islamismo, como sucedia nesse museu. Em nome de uma visão ecuménica, José António Falcão e os técnicos ou artistas que o ajudavam foram longe de mais, ao colocarem cristãos, judeus e muçulmanos no mesmo patamar. Já se esqueceram de quem mandou matar Jesus Cristo? Os pérfidos judeus. Quem se está a infiltrar na Europa, para uma "jihad" sem tréguas? Os muçulmanos. Aqui, no Baixo Alentejo, a Igreja Católica tem que ser uma fortaleza construída no rocha contra esta gente. Não pode haver espaço para culturalismos, nem cedências ecuménicas, por muito que a UNESCO, o Grande Oriente Lusitano ou as mulheres que querem ser ordenadas padres preguem o contrário. D. João Marcos sabe o que fez e está a fazer.

A. Lampreia

30/05/2019

Há um atropelo evidente das leis, do respeito pelo património, sobretudo pelo simbolismo e significado de Museu. A Direção-geral do Património Cultural tem de analisar esta situação, de forma isenta, e evitar um mal ainda maior do que aquele que já foi feito. É vergonhoso e incompreensível que pessoas sem formação, adequada, sejam colocadas a gerir um conjunto de bens tão valioso.

Sofia Fortuna

30/05/2019

Um evidente prejuízo para o Baixo Alentejo. A Diocese de Beja, que foi a mais conceituada de todo o País na salvaguarda do património regional, é agora uma triste caricatura de si mesma, com atropelo das leis da República. Do primeiro posto nacional, passou ao último. É este o belo feito de quem governa a Igreja Pacense. Abandonar e desmantelar o Museu Episcopal de Beja foi um atentado imperdoável. As desculpas balbuciadas pelo Bispo ainda o deixam em pior situação. Quando é que Roma percebe a desgraça que está a suceder, com um grupo radical à frente da Diocese, é a pergunta que fica no ar.

Maria José Sequeira

29/05/2019

Não tenho palavras para descrever o desastre que está a ocorrer com o património religioso do Baixo Alentejo. Onde havia, com D. Manuel Falcão e D. António Vitalino, uma estratégia assertiva de promoção da região, passou a haver um buraco negro. Pior é o desrespeito pela legislação em vigor. D. João Marcos devia saber que o desconhecimento da lei não exime do seu cumprimento. Mas este bispo não tem pejo de reduzir a Diocese à expressão ínfima do seu movimento neo-catecumenal e, lamentavelmente, nem sequer assume as responsabilidades pelos seus actos. Que pena para Beja. Aproveito para dizer que acho inqualificável o texto do Dr. A. Lampreia. Este cavalheiro de Castro Verde já nos acostumou aos seus desvarios, mas lamentavelmente vai ficando a impressão de que é apenas a caixa de ressonância do grupo que hoje domina a Diocese de Beja. Não é preciso ir muito longe para adivinhar quem está por detrás dele. Que gente!

Maria Arminda de Carvalho

28/05/2019

O nosso Bispo, Sr. D. João Marcos, fez muito bem em encerrar e desmantelar o Museu Episcopal, que funcionava na Igreja de N.ª Sr.ª dos Prazeres e anexos. Para começar, as igrejas são locais para o culto, não para a cultura, que tem outros fóruns. Há que ter a coragem de dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César. Depois, o Museu Episcopal "descambou" do que se esperava de um museu da Igreja, expondo obras de artistas que fugiam à defesa dos valores primordiais da Fé em Cristo e podiam induzir os visitantes em erro. Era o caso das peças da iconoclasta Joana Vasconcelos, da vanguardista Joana Villaverde (casada com uma mulher), do humorista Luís Afonso (o cartoonismo não pode fazer parte de um museu de arte sacra), do heterodoxo António Paisana, para citar alguns exemplos. Esta gente não é boa companhia, nem deve estar representada num museu diocesano. Foi nisto o que deu tanta abertura por parte do Professor José António Falcão e dos seus colegas à esquerda e à direita, gente bem-intencionada, não o duvido, mas sem noção das responsabilidades de salvar almas. Finalmente, dizer que a Igreja Católica é uma instituição internacional, que se rege pelo Direito Canónico e está acima, através da Concordata, das leis da República Portuguesa, pelo que a Diocese de Beja pode criar ou não um "Museu" sem autorização do Ministério da Cultura, este é um assunto "a laetere" da legislação nacional, que só cabe à decisão do respectivo Bispo.

A. Lampreia

28/05/2019

O que sucede com o património da Diocese de Beja tornou-se um caso de polícia. Este bispo não respeita sequer as leis do País! Que pena tenho do Baixo Alentejo. Vergonha para a Igreja Católica, que não devia colocar em lugares de responsabilidade pessoas incapazes, como este.

Jacinto Salvador

28/05/2019

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