Na apresentação da proposta de reabilitação da piscina municipal descoberta, o presidente da Câmara, Paulo Arsénio, referiu que esta é uma intervenção aguardada há muito pelos seus utilizadores, tendo em atenção que, nos seus mais de 50 anos de existência, nunca foi intervencionada a fundo.
Esta requalificação permite transformar a piscina descoberta num edifício do século XXI, no sentido de dar resposta às necessidades atuais de apoio às piscinas propriamente ditas, e por outro, dotá-lo de novas valências, nomeadamente ginásio, salas polivalentes, bar e restaurante. Estes equipamentos, que serão concessionados, visam trazer um valor acrescentado ao espaço, frisou, também, Paulo Arsénio.
De acordo com a autarquia, o programa de reabilitação do edifício da piscina municipal descoberta já tem financiamento comunitário assegurado.
Este ano o período balnear de utilização da piscina não sofrerá qualquer condicionante, já que os próximos meses decorrerão os naturais procedimentos, como o pedido de visto ao Tribunal de Contas e os concursos públicos de adjudicação.
A história da piscina municipal de Beja remonta ao século passado, recuando até ao início dos anos 60, altura em que a população da cidade começou a reivindicar, e a mobilizar-se, para a sua construção. Defendiam a necessidade da sua existência como forma de combater a soalheira dos dias de verão na capital de distrito, com temperaturas a rondar, ou a ultrapassar, os 40 graus.
“As pessoas persistiram na sua luta e, a 15 de Agosto de 1966, Américo Tomaz cortava mais uma fita na piscina de Beja. Cumpriam-se, então, os 40 anos da Revolução Nacional do Estado Novo” pode ler-se na publicação do jornal “Público”, do dia 15 de agosto de 2011, numa notícia escrita pelo jornalista Carlos Dias. Conta-se, igualmente, nesta publicação que a inauguração da piscina “só foi possível pela ousadia do movimento popular que se gerou, onde as mulheres tiveram um papel primordial, reclamando um equipamento coletivo destinado, em primeiro lugar, «às populações de mais fracos recursos» que não tinham condições económicas para frequentar as praias do litoral alentejano. O Diário do Alentejo dinamizou o movimento pela construção da piscina de Beja.”
Nesta notícia do “Público” é revelado, também, que foi “em Janeiro de 1965” que “o presidente da autarquia, Joaquim Black de Vilhena Freire de Andrade, cedeu à pressão e escreveu uma carta ao Ministério das Obras Públicas e à comunidade a reconhecer «em absoluto» a necessidade de se construir a piscina. Em simultâneo, reclamou junto do Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo, da necessidade de ajuda para a sua conclusão, o que se concretizou a 15 de Agosto de 1966.”
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