Nesta
exposição, em Aljustrel, vão poder ser admiradas, até ao dia 22 de junho, duas
grandes obras que integram o conjunto das oito tapeçarias Gare
Marítima de Alcântara, da autoria de Almada Negreiros e que pertencem à
coleção da Associação Mutualista Montepio.
São, ainda, apresentadas tapeçarias sob cartão de Armando Alves, António Charrua, Costa Pinheiro, Graça Morais, Menez, Nadir Afonso, entre outros.
A Tapeçaria de Portalegre, para além do seu impacto e valor estético, cria conforto pelas suas propriedades ambientais de isolante acústico e térmico.
A Manufactura de Tapeçarias de Portalegre pode ser visitada com marcação prévia. As obras também se encontram em exposição e venda, na Galeria Tapeçarias de Portalegre, em Lisboa.
A Tapeçaria surge em Portalegre em 1946, quando dois amigos, Guy Fino e Manuel Celestino Peixeiro, decidem fazer tapeçaria mural, utilizando um ponto original, hoje conhecido como o Ponto de Portalegre, inventado por Manuel do Carmo Peixeiro.
A Tapeçaria de Portalegre, que sempre acompanhou os movimentos artísticos, é uma obra de arte que resulta da parceria única entre o artista plástico, a desenhadora e as tecedeiras.
Partindo sempre de uma obra original é a sua transposição para um outro suporte, revelando uma outra dimensão dessa obra.
Passar do original à tapeçaria implica, numa primeira fase, a ampliação do original, a correção do desenho e a escolha das cores. A desenhadora amplia separando o essencial do acessório para que a obra final não adultere o original. A escolha das cores, correspondência entre a cor do original e mais de 7.000 cores de lã existentes na Manufactura, é também rigorosa para que, no final, o pintor identifique a tapeçaria como obra sua.
O resultado é o desenho de tecelagem que as tecedeiras seguem, fazendo progredir a tapeçaria no tear vertical, entrelaçando com as suas mãos a trama decorativa nos fios da teia.
Os materiais utilizados são 100% naturais: a pura lã, na trama decorativa e o puro algodão, na teia e na trama de ligação. A densidade de tecelagem é de 2.500 a 10.000 pontos por dm2.
As tapeçarias de Portalegre são editadas em séries limitadas de 1, 4 ou 8 exemplares, numerados e autenticados pelo artista através da sua assinatura no “bolduc” (certificado de autenticidade) o que lhe confere direitos de autor.
São já mais de duas centenas os pintores, nacionais e estrangeiros, que viram trabalhos seus passados a tapeçaria na Manufactura de Portalegre, como Almada Negreiros, Camarinha, Vieira da Silva, Pomar, Resende, Lurçat, Le Corbusier, Tom Phillips entre outros.
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