No documento enviado à nossa redação, a FAABA recorda que, desde 1982 que está legislada a gestão dos perímetros de rega e que a mesma confere aos agricultores, organizados em associações de beneficiários, a responsabilidade de toda a sua gestão, conservação e modernização. Acrescenta que em 2013 saiu um outro decreto-lei que contradiz o anterior, legitimando a gestão da rede secundária de Alqueva por parte da EDIA, até 2020. Sobre esta matéria a FAABA afirma que este modelo tem sido, desde sempre, contestado pelos agricultores através das suas associações.

Neste contexto, a FAABA lembra o que se passou em abril deste ano, na reunião do CAR Alqueva - Conselho de Acompanhamento do Regadio do Alqueva, frisando que neste encontro os agricultores contestaram o modelo que deixa a EDIA a fazer a gestão da água do Alqueva, até 2020 e que Capoulas Santos mostrou nessa reunião, abertura para outras soluções.

A FAABA manifesta-se sobre o facto, da EDIA ter começado o processo, sem consulta direta aos agricultores, sobre a gestão da água e sobre o interlocutor que faz a ponte entre os "homens da terra" e a empresa, dizendo que este comportamento merece por parte desta Federação veemente repúdio. As declarações são de Rui Garrido, presidente da FAABA, que explica o que está em causa para os agricultores.

Rui Garrido disse ainda, que quem atribuiu a gestão da água de Alqueva até 2020 à EDIA foi Assunção Cristas, que isso foi contestado, alvo de uma providência cautelar e que se espera que o ministro da Agricultura atual concretize a abertura demonstrada para, conjuntamente com as várias associações e agricultores da região, se encontrar um modelo auto-sustentável e que satisfaça os interesses de todos os regantes. Neste sentido, Rui Garrido revelou que já foi solicitada, no passado dia 9, uma audiência ao ministro da Agricultura onde, entre outros, este será um tema a discutir.