Morreu esta manhã o escritor natural de Moura, Urbano Tavares Rodrigues. Tinha 89 anos.
Urbano Tavares Rodrigues era catedrático jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa, membro da Academia das Ciências, tem uma vasta obra literária e ensaística, traduzida em inúmeros idiomas, do francês e do espanhol ao russo e ao chinês. Obteve diversos prémios, entre eles o de Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, o prémio Fernando Namora, o Ricardo Malheiros da Academia das Ciências, etc.
Entre os seus livros, destaque para \'Bastardos do Sol\', \'Os Insubmissos\', \'Imitação da Felicidade\', \'Fuga Imóvel\', \'Violeta e a Noite\', \'O Supremo Interdito\', \'Nunca Diremos Quem Sois\' ou \'A Estação Dourada\'.
Urbano Tavares Rodrigues, que foi afastado do ensino universitário durante as ditaduras de Salazar e Caetano, participou activamente na resistência. Foi preso por várias vezes nos anos sessenta.
A Câmara Municipal de Moura evoca com pesar a perda de uma figura profundamente humanista do seu concelho. José Maria Pós de Mina, presidente do Município, deixa-nos a sua reacção à morte de Urbano Tavares Rodrigues.
Urbano Tavares Rodrigues figura como um dos mais prestigiados escritores da segunda metade do século XX em Portugal sendo a sua obra marcada pela consciência do indivíduo face a si mesmo e aos outros, até ao reconhecimento de uma identidade social e política. Além de romances, escreveu em diversas revistas e jornais, como o Bulletin des Études Portugaises, a Colóquio-Letras, o Jornal de Letras, Vértice, Nouvel Observateur, entre outros. Foi director da revista Europa e crítico de teatro d\' O Século e do Diário de Lisboa. Enquanto repórter percorreu grande parte do mundo, tendo reunido os seus relatos de viagem nos volumes Santiago de Compostela (1949), Jornadas no Oriente (1956) e Jornadas na Europa (1958).
Era militante do Partido Comunista Português.
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