O OMA – Observatório de Mulheres Assassinadas e a UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta revelam que em 2021, de 1 de janeiro até 15 de novembro, registaram a morte de 23 mulheres, mais de 50% em contexto de intimidade, as restantes em contexto familiar e, ainda, 50 tentativas de homicídio.

A apoiar as vítimas de violência, no nosso território e a trabalhar em parceria com diversas entidades, está a Moura Salúquia, que este ano adotou como lema de campanha, e no âmbito desta data, “A violência é uma pandemia permanente”. A Moura Salúquia desenvolve o seu trabalho em oito concelhos do distrito de Beja, prestando, ainda, apoio aos outros municípios, um dia por semana, avança uma das técnicas da instituição. Ana Lúcia Pestana revela, igualmente, que Beja é o concelho do distrito com mais casos de violência registados, mas porque existe uma maior facilidade de acesso aos serviços.

Neste momento, na Moura Salúquia são acompanhadas vítimas de violência doméstica, 20 a 88 casos. A Casa Abrigo, em Moura, desde janeiro deste ano, acolheu 45 mulheres e desde setembro passado que a instituição tem um novo serviço a funcionar vocacionado para as crianças, já com 11 processos abertos, disse, também, Ana Lúcia Pestana.

A Voz da Planície de Beja quis saber se o número de registos de casos de violência subiu durante a pandemia e Ana Lúcia Pestana respondeu que o que se verificou foi um aumento significativo de situações de violência que não foram registadas e explicou porquê.

Tal como revelam os dados nacionais, os casos mais reportados são de violência doméstica em contexto de relações de intimidade, mas também os relacionados com algum tipo de fragilidade associada, frisou a técnica da Moura Salúquia.

Este ano, e no dia de hoje, a Moura Salúquia lança a sua campanha “A violência é uma pandemia permanente”, mas centrada na visão das crianças que assistem a episódios de violência, dando a conhecer as suas perspetivas. Neste âmbito disponibilizam um conjunto de vídeos.

Ana Lúcia pestana, técnica da Moura Salúquia, deixa a indicação de como se pode pedir ajuda junto desta instituição.

O Clube BVB – Bombeiros Voluntários de Beja JUDO, associado à Associação Distrital de Judo do Algarve, promove hoje, um workshop de Judo de comemoração do dia Internacional da Erradicação da Violência Contra as Mulheres. Esta iniciativa de âmbito social pretende promover os conhecimentos básicos de defesa, reação, combate e estimular a auto defesa. Isto mesmo explica João Trincalhetas deste Clube.

No workshop participam, além de atletas, familiares femininos dos mesmos, mulheres eleitas nos órgãos autárquicos e representantes de Instituições sociais de apoio às crianças e mulheres. O evento decorre no salão de treino do BVB JUDO, no edifício dos Bombeiros Voluntários de Beja, entre as 19.00 horas e as 20.00 horas.

A propósito desta data, os eleitos do PS na Assembleia Municipal de Beja apresentaram uma declaração política a recordar as mulheres vítimas dos seus agressores, referindo, entre outros aspetos, a importância de se contribuir para a erradicação deste flagelo, que atinge mulheres de todo o Mundo.

A MARP-Associação das Mulheres Agricultoras e Rurais Portuguesas alerta para a questão das diversas formas de violência que as mulheres agricultoras e rurais sofrem todos os dias, como por exemplo quando nos é negado o acesso aos serviços de saúde básicos e de proximidade ou quando existe dificuldade em vender os produtos agrícolas pondo em causa a nossa independência financeira.

Neste âmbito, realiza amanhã, o Seminário da MARP presencial na Casa do Povo de Penacova (obrigatório pré-inscrição - associacaomarp@gmail.com) e online para discutir a situação do sector agrícola, das agricultoras e das mulheres que vivem no Mundo Rural.