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Economia

Aumento do custo de vida: “Tudo o que não reponha a taxa de inflação é perda de rendimento”

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Aumento do custo de vida: “Tudo o que não reponha a taxa de inflação é perda de rendimento”

O aumento de um por cento nos salários dos funcionários pode vir a significar que, em alguns casos, os aumentos seja na realidade uma diminuição, caso o trabalhador suba de escalão de IRS. Fernando Silva, técnico de contas, acredita que este será um ano complicado para muitas famílias, "caso não sejam tomadas medidas objetivas".

O Diário de Notícias/Dinheiro Vivo avançou que o aumento de um por cento nos vencimentos dos funcionários públicos pode fazer perder até 12 euros aos ordenados mais baixos, caso o Governo não altere “os primeiros cinco escalões das tabelas de retenção e elevar o teto da isenção de 762 para 770 euros”.

De acordo com a mesma fonte, “mais de 187 mil funcionários públicos que recebem até cerca de 870 euros brutos mensais” estão nesta situação.

Este aumento de um por cento entrou em vigor no início do mês de abril e para já, o Ministério das Finanças disse apenas que o Governo está a trabalhar na revisão das tabelas de retenção, sem adiantar mais pormenores.

A Voz da Planície falou com Fernando Silva, técnico de contas, e ficou a saber que “vai depender do rendimento de cada pessoa, mas na prática, para a maioria dos trabalhadores os aumentos vão ser insignificantes. Falamos de cerca de 25 cêntimos por dia e para técnicos superiores, cerca de 44 cêntimos. São [valores] altamente insuficientes”.

Fernando Silva esclarece que, caso não se mexa na tabela, o aumento pode mesmo levar à perda de rendimento, no caso de um trabalhador esteja à beira de um escalão, com o aumento, pode subir, reter mais IRS e, no final do mês receber menos.

De qualquer forma, este técnico de contas esclarece que, em qualquer dos casos, o aumento é sempre inferior à taxa de inflação, que ronda os 8 por cento, pelo que, quer no caso da função pública, quer no caso do privado, “não vai adiantar rigorosamente de nada”.

De acordo com Fernando Silva, “hoje, os preços estão incontroláveis, e todos os dias há aumento nos preços dos bens essenciais, pelo que tudo o que não reponha a taxa de inflação – não é conhecida a do primeiro trimestre –, é perda de rendimento”. Seriam necessárias medidas mais profundas, nomeadamente “a alteração dos escalões. E é bom referir que o Estado, com a taxa de inflação, arrecadou muitos milhões de milhares de euros de receita extraordinária e essa sim deveria ser redistribuída pelas pessoas mais necessitadas”.

O 2023 vai ser um ano muito complicado, destacando que “já em 2022 começamos a perder poder de compra e vamos continuar a perder ao longo de 2023. O endividamento vai começar a aumentar e neste momento já temos em estado de pobreza à volta de dois milhões de pessoas. A pobreza vai se alastrar sem não houver medidas objetivas”, comenta ainda.


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