Num momento em que é notória a escassez de efetivos na Guarda Nacional Republicana (GNR) para o cumprimento cabal e eficiente da missão que lhe é atribuída vem o relatório da OCDE criar um paradoxo preocupante, na medida em que: por um lado o Governo deita mão do dever de disponibilidade permanente para o serviço, a que os militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) estão sujeitos, e o Comando Geral da GNR estriba-se no poder discricionário, a que alude a alínea b) do Artigo 85.º do Estatuto dos Militares da GNR, -indeferindo os pedidos de passagem à situação de reserva dos militares ao abrigo desta norma estatutária - para, assim, colmatarem a notória escassez de efetivos, exigindo, por isso, sacrifícios inaceitáveis aos militares da Guarda ao obriga-los a aceitar períodos de trabalho superiores a 200 horas mensais. Por outro lado, vem uma Organização, com interesses economicistas, alegar que existem efetivos a mais nas Forças de Segurança, frisa, igualmente, o documento enviado à nossa redação.
Nesta conformidade podem tirar-se duas ilações, segundo a ASPIG, ou a OCDE tem razão e, neste caso, a gestão de recursos humanos na GNR padece de uma incompetência obscena, - que não justifica as medidas referidas para colmatar a escassez de efetivos - ou o relatório da OCDE, sobre esta matéria, ao invés de retratar a realidade portuguesa é o exemplo de quem se deixou "deslumbrar" pela redução dos funcionários do Estado ainda que em detrimento da segurança das pessoas e bens.
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