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Opinião

"É fundamental cumprir o dever de votar para que não sejam os outros a decidir por nós"

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"É fundamental cumprir o dever de votar para que não sejam os outros a decidir por nós"

Foto: Ana Horta

"Este ano, na melhor das hipóteses, vamos ser chamados às urnas duas vezes, para as eleições legislativas e europeias. Na melhor das hipóteses, pois não há a certeza de que a nova constituição da Assembleia da República, que será eleita no dia 10 de março, aprove um novo Governo, e se tal não acontecer teremos de ter novas eleições legislativas", sublinha Ana Horta, na crónica que pode ouvir hoje, dia 27, na manhã informativa da Voz da Planície e ler aqui.

"Nos últimos anos, a participação dos eleitores portugueses diminuiu de forma drástica. Nas primeiras eleições livres votaram cerca de 92% dos eleitores e nas últimas, em 2022, votaram aproximadamente 51%, ou seja, pouco mais de metade dos eleitores inscritos. Portugal tem uma das taxas de abstenção mais elevadas de toda a Europa, e continua a crescer, principalmente, entre os mais jovens.

A abstenção ainda é maior quando falamos em eleições europeias. Segundo o Eurobarómetro, os portugueses são os que mais confiam nas Instituições Europeias, mas, paradoxalmente, são os que menos participam na escolha dos deputados europeus. Nas primeiras eleições, em 1987, a participação foi próxima dos 72% e nas últimas, em 2019, a participação rondou os 30%. Não consigo perceber a reduzida importância dada às eleições europeias, uma vez que é do Parlamento Europeu e das Instituições Europeias que vem parte substancial da legislação aplicada em Portugal e que condiciona muitas decisões com impacto no nosso dia-a-dia.

São várias as causas da elevada abstenção: desinteresse e descontentamento dos eleitores em relação à política e aos políticos; ato de protesto; alguma iliteracia política; a ideia de que o voto não vai influenciar o resultado do ato eleitoral; desvalorização do voto livre, um direito adquirido há cerca de 50 anos, resultado da luta de muitas mulheres e homens.

A boa saúde de um regime democrático supõe que a participação eleitoral não seja baixa. A elevada taxa de abstenção, em Portugal, mostra que temos uma Democracia cuja saúde se está a degradar e que precisa de “tratamento urgente”. Um dos maiores desafios que temos pela frente é conseguir mobilizar a sociedade para aumentar o número de votantes a cada eleição, e para tal tem de haver uma discussão alargada a todos os quadrantes da sociedade e agir para que a tendência de crescimento da abstenção seja invertida.

É urgente termos uma sociedade com maior participação cívica e literacia política. Sociedades mais informadas e com maior participação cívica são mais difíceis de manipular e menos vulneráveis a discursos fáceis de construir e ouvir, baseados na perceção enviesada da realidade e que à partida parece óbvia.

Preocupa-me o crescimento de partidos populistas e antissistema na Europa e em Portugal, que num dia dizem uma coisa, no outro seu contrário, e que propagam mentiras e meias-verdades.

Como será o futuro da União Europeia se a maioria dos deputados do Parlamento Europeu e dos Parlamentos de cada país que a integram forem antieuropeus e antissistema?

Será que é o que queremos? Eu, não!

O futuro do país e da Europa está nas nossas mãos, pelo que é de extrema importância exercer o nosso direito de voto. Ao fim de 50 anos de Democracia não podemos voltar atrás não podem ser só uns quantos a decidir o destino de todos."

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