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Opinião

Europeias 2024

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Europeias 2024

Foto: Rádio Voz da Planície de Beja

"Nos últimos tempos muito se fala da falta de interesse dos jovens pela política e pela participação cívica. Este fenómeno não é exclusivo de Portugal, mas sim transversal a muitos países", refere Ana Horta, professora, na crónica de opinião que pode ler e ouvir aqui.

"Muitas são as causas que o provocam, tais como, desconfiança dos jovens nas instituições políticas; a perceção de que o seu voto não faz a diferença; a perceção que que os políticos não representam os seus interesses ou não dão a devida importância a questões como as alterações climáticas, educação e emprego; a existência de excesso de desinformação nas redes sociais e a baixa educação política nas escolas.

Todos nós devemos refletir se temos realmente ouvido os jovens nos últimos anos. Será que sabemos realmente o que pensam e quais as suas reais necessidades?

Os jovens são o futuro, mas também o presente, pelo que têm de ser incluídos nos processos de tomada de decisão, os seus contributos devem ser valorizados e temos de os incentivar a um maior envolvimento político tradicional.

O que podemos fazer para que tal aconteça?

Uma das formas de incentivar a participação jovem é promover atividades e projetos, que suscite uma maior proximidade entre os jovens e os órgãos de representação democrática local, regional e nacional, por exemplo, os Conselhos Municipais da Juventude, o Parlamento dos Jovens, as Assembleias Municipais Jovens, os Orçamentos Participativos. Também é necessário promover o diálogo entre as diferentes gerações para que se combine a experiência dos mais velhos com as novas ideias dos mais novos, criando soluções mais abrangentes e eficazes.

No passado dia 8 de maio realizou-se a primeira Assembleia Municipal Jovem de Beja, subordinada ao tema “Ser Jovem em Beja cinquenta anos depois de Abril de 74”, que teve como grande impulsionadora a Presidente da Assembleia Municipal, Professora Conceição Casa Nova, na qual participaram alunos do Ensino Secundário dos dois agrupamentos do concelho, que tiveram um desempenho exemplar.

Tive o privilégio de acompanhar os alunos do Agrupamento nº 2, onde leciono, e depois de assistir ao desempenho de todos os que participaram nesta Assembleia fiquei com maior esperança nos jovens, em particular nos jovens bejenses, e estou convicta que é possível combater a propagação do discurso de ódio e o populismo. Faço votos que esta Assembleia tenha sido a primeira de muitas, que teve como objetivo incentivar o interesse dos jovens pela participação na vida política e comunitária do concelho, fazendo ouvir as suas propostas junto do executivo da Câmara Municipal de Beja; dar a conhecer o funcionamento, os órgãos e os processos do Poder Local Democrático; proporcionar a experiência da participação democrática e aumentar a proximidade e a confiança dos jovens do concelho de Beja nos órgãos de representação democrática.

A participação dos jovens nas eleições tem sido baixa, embora tenha aumentado nas últimas eleições legislativas. No dia 9 de junho, os portugueses são chamados às urnas para mais umas eleições europeias, e, segundo o Eurobarómetro, tudo indica que a participação dos jovens residentes em Portugal pode aumentar, pois cerca de 77% dos eleitores até aos 30 anos declararam que tencionam votar.

Nas últimas eleições europeias, em 2019, registou-se em Portugal a maior taxa de abstenção desde as primeiras eleições em liberdade. Só cerca de 30% dos eleitores se deslocaram às urnas para exercer o seu direito de voto, contrastando com a média de participação nos restantes Estados-membros, de aproximadamente 51%, a maior afluência às urnas desde 1994, impulsionada pelo aumento da participação dos jovens. Em Portugal, não sucedeu o mesmo, em que a participação dos jovens até aos 24 anos foi aproximadamente 10%, a pior nos então 28 Estados-membros e inferior aos 19% registados nas eleições de 2014. 

A data escolhida para estas eleições, 9 de junho, véspera do feriado de 10 junho e num fim de semana prolongado, não é a mais propicia à participação dos eleitores, mas há formas de reverter essa situação, podendo os eleitores votar antecipadamente no dia 2 de junho."   

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