Uma decisão que segundo, a FAABA, tem “consequências irreparáveis a nível da
sustentabilidade, biodiversidade e defesa do ambiente, potenciadoras do
abandono da actividade agrícola e fuga do mundo rural”.
Para a FAABA o anúncio do ministério da Agricultura traduz um “profundo
desconhecimento do papel e importância do sector agrícola revelado com
incongruência e demagogia política”.
O ministério da Agricultura informou esta semana que os compromissos de
natureza agro-ambiental, assumidos em 2015, no âmbito do PDR2020, extinguem-se
no final de 2019 ao mesmo tempo atesta o seu “elevado impacto nos rendimentos
das explorações agrícolas e na adopção de boas práticas ambientais, factores
determinantes para a sustentabilidade do sector”. Embora faça este reconhecimento
no mesmo comunicado, surge com uma “elevada incongruência ao informar”, com “rebuscada
demagogia política”, a possibilidade de no Pedido Único de 2020 os agricultores
poderem solicitar o apoio a uma medida/operação por beneficiário.
Nuno Faustino, da FAABA, contesta a decisão do ministério da Agricultura apresentando um exemplo concreto desta região
e que se prende com os apoios às raças autóctones, na sua opinião, vão certamente
ficar para trás porque os produtores, a serem contemplados só com uma medida,
vão escolher a que tem mais peso do ponto de vista financeiro. Para Nuno
Faustino a situação é de tal maneira grave que muitos produtores vão repensar
este sector de actividade.
Ainda segundo Nuno Faustino, com esta decisão os agricultores voltam à estaca
zero e acabam por deitar fora o trabalho importante que foi feito nos últimos 5
anos tendo em vista uma agricultura “amiga do ambiente”
Nuno Faustino critica a estratégia nacional porque vai no sentido oposto às
políticas comunitárias e considera que estamos perante uma “má política” e um
mau início da actual equipa do ministério da Agricultura.
A distrital
de Beja do PSD vem, em nota de imprensa, manifestar “preocupação” com a decisão
do ministério da Agricultura.
Para o PSD, “as consequências desta decisão vão conduzir não só a perda de rendimento, que é o que o Ministério alega querer mitigar, como a um enorme retrocesso das boas práticas ambientais”. Afirma ainda o PSD que “quem está no terreno sabe que desta forma sem a manutenção dos compromissos agro e silvo-ambientais, num ano ou dois podemos perder o trabalho de uma década, especialmente em zonas ambientalmente sensíveis”.
A manter-se esta decisão por parte da tutela, o PSD afirma que “a defesa do ambiente, da biodiversidade e o combate às alterações climáticas não são os desígnios pelos quais pautam a sua ação. Bem como se torna claro que desconhece a relevância da agricultura na defesa da coesão territorial, que levou tão recentemente à criação de um Ministério.
© 2024 Rádio Voz da Planície - 104.5FM - Beja | Todos os direitos reservados. | by pauloamc.com