Os rendeiros aprovaram uma moção para enviar aos órgãos de soberania a contestar a decisão de entregarem as terras, deixaram a promessa de que não vão baixar os braços e de que, se preciso for, estão disponíveis para avançar para os tribunais.

Francisco Farinho, falando em nome da Comissão de Rendeiros, exige que as denuncias dos contratos, feitas unilateralmente pelo Ministério da Agricultura, sejam imediatamente anuladas e que que os contratos dos rendeiros reformados possam passar para os seus herdeiros, para que estes possam assegurar a continuidade da exploração das famílias de pequenos e médios agricultores.

Presente no plenário esteve, João Ramos, deputado do PCP eleito pelo círculo de Beja, que manifestou em nome do seu partido total solidariedade com os rendeiros.

Também a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) se fez representar por Joaquim Manuel que assegurou apoio à causa dos rendeiros.

O Município de Moura, reuniu extraordinariamente, na tarde de ontem, no Cerro das Pedras, na Herdade dos Machados. Santiago Macias, presidente da Câmara Municipal de Moura, assegura que a autarquia está \"totalmente disponível para este combate\" e \"tudo fará\" para impedir a denúncia dos contratos e a retirada das terras e para permitir que os rendeiros e os seus descendentes possam continuar a actividade agrícola nas parcelas.

Santigo Maciais, citou durante a reunião textos do Antigo Testamento e de "O Capital" de Karl Marx, por entender que os mesmos se mantêm actuais e traduzem, nas passagens citadas, a questão da justiça social, referindo que certamente a Ministra da Agricultura, por ser uma católica praticante, conhecerá os textos bíblicos e não deixará de se rever nos mesmos.

A autarquia mourense não acredita que no caso, destes rendeiros saírem, fiquem asseguradas as condições de dignidade e postos de trabalho que os mesmos garantem.