A reunião decorreu no Ministério do Ambiente e Energia, a pedido da ATLA – Associação Transfronteiriça do Lago Alqueva, que representa os municípios portugueses e espanhóis abrangidos pelo regolfo da barragem.
Segundo os autarcas, o projeto pretende ocupar dezenas de hectares da albufeira e pode ter consequências negativas para o turismo. Francisco Grilo, vice-presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, foi claro ao afirmar que “este projeto, se for implementado em cerca de 80 hectares próximo de Moura e de Portel, vai afastar os turistas que apreciam os desportos náuticos e que querem passear de barco no maior lago artificial da Europa, pois para além das zonas que vão ficar interditas à navegação, o impacto visual é terrível”.
O autarca acrescentou ainda que “a instalação deste megaprojeto vai comprometer a imagem distintiva do Lago Alqueva, que assenta na tranquilidade paisagística e na fruição plena da albufeira, porque estruturas flutuantes de grandes dimensões vão criar um cenário industrial que contraria a estratégia de promoção turística construída pelos municípios durante duas décadas”.
Francisco Grilo alertou igualmente para riscos económicos, defendendo que “o projeto solar fotovoltaico pode afastar futuros investimentos turísticos e coloca em risco investimentos públicos e privados realizados para qualificar a oferta turística no lago, pois diversos empresários do setor já manifestaram a sua preocupação com a possibilidade de perda de visitantes e cancelamento de atividades recreativas”.
A ATLA já solicitou uma nova reunião, desta vez com a Agência Portuguesa do Ambiente, que poderá ocorrer em breve, para que os municípios reforcem a sua oposição ao projeto.
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