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Educação Ano letivo 2023/24

Há 47 horários por preencher no distrito de Beja, diz Sindicato de Professores da Zona Sul

Educação Ano letivo 2023/24

Há 47 horários por preencher no distrito de Beja, diz Sindicato de Professores da Zona Sul

O Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS), à semelhança dos últimos anos, procedeu ao levantamento dos horários em falta na sua área sindical, os distritos de Portalegre, Évora, Beja e Faro. Avança, esta estrutura sindical, que em 89 por cento dos agrupamentos de escolas da sua área cerca de 50 por cento estão por preencher. No distrito de Beja há 47 horários sem professor atribuído.

O SPZS afirma que se comprova, mais uma vez, que a falta de professores é um problema que tem vindo a agravar-se nos últimos anos, e para o qual o Sindicato muito vem alertando e apresentando soluções. O número de professores em falta supera o máximo semanal registado no ano anterior, precisamente na semana de 12 a 16 de setembro de 2022, quando foram submetidos 1.147 horários, com 16.497 horas, afetando mais de 80 mil alunos.

Do levantamento realizado, o SPZS conclui que "nos 89 por cento dos agrupamentos de escolas da área sindical que responderam, existem horários por preencher, sendo a sua maioria, cerca de 50 por cento, no 3.º Ciclo do ensino básico e ensino secundário, tal como a tendência a nível nacional".

"Bastante preocupante", frisa, é também a situação no distrito de Beja, onde há cerca de 47 horários por preencher, correspondentes a 826 horas, com 4.130 alunos afetados, sendo este o distrito do País onde a média de horas por horário é maior. Dos vários agrupamentos com professores em falta, destacamos o AE de São Teotónio com 14 horários sem professor, o AE N.º2 de Serpa com sete horários, o AE de Ourique com 6 horários ou o AE de Alvito com quatro horários sem professor (num concelho com pouco mais de dois mil habitantes)", é avançado.

"Na passada semana (de 11 a 15 de setembro), só na nossa área sindical, cerca de 16.455 alunos não têm professores a todas as disciplinas, sendo o distrito de Faro o que apresenta o cenário mais grave, com cerca de 118 horários por preencher, o que equivale a 1.760 horas, e afetando 8.800 alunos, como são os casos dos agrupamentos de escolas Pinheiro e Rosa, com 15 horários por preencher e Silves Sul com 8 horários a concurso.

Esta é uma realidade que cada vez é mais preocupante e evidente neste distrito onde o mercado de arrendamento de habitações é cada vez mais incomportável ou inacessível ao corpo docente bem como a sazonalidade que obriga à saída das habitações no decorrer do mês de junho, impedindo muitos professores de concorrerem a estes horários, dados os condicionalismos a que a profissão e a carreira docente estão sujeitas.

Tendo em conta a realidade do Alentejo e do distrito de Beja, as grandes distâncias entre escolas, a tipologia dos acessos e vias de comunicação, a dificuldade em arrendar casa, a dimensão dos próprios agrupamentos, estamos perante um avolumar de problemas que estão a condicionar a qualidade das respostas educativas.

De salientar ainda, os distritos de Évora, com 26 horários por preencher, o que estará a afetar 1.955 alunos e, o distrito de Portalegre com 21 horários por preencher, o que equivale a 314 horas e cerca de 1.600 alunos afetados.

A falta de professores é mais notória nos grupos de recrutamento que abrangem o 3º CEB e Secundário, nomeadamente nas disciplinas de Informática- 550, Português-300, Matemática – 500, Inglês – 330, História-400, Geografia-420, Biologia-520, Física e Química-510. Existem ainda muitos horários por ocupar no grupo de recrutamento 220 – Português Inglês do 2º CEB, assim como é bastante preocupante a falta de recursos humanos na Educação Especial", pode ler-se no comunicado desta estrutura sindical enviado à nossa redação.

O SPZS sublinha que "irá continuar a acompanhar a evolução da situação em toda a Zona Sul, alertando para a necessidade de mobilização em defesa da Escola Pública e, em particular, para a compreensão do problema da falta de professores que é consequência de políticas continuadas de desvalorização da profissão docente".

Recorda, o SPZS, que no "passado dia 1 de setembro, o SPZS/FENPROF entregou mais uma vez no Ministério da Educação uma proposta fundamentada sobre esta e outras questões, com contributos para a tão necessária atratividade da profissão docente, algo que, apesar do discurso dos governantes, aparenta ter caído, mais uma vez, em «saco roto»".

"A complexificação dos processos de trabalho, com uma enorme burocratização do trabalho docente, falta de condições de trabalho, degradação de edifícios e dos equipamentos, insuficiente investimento na sua modernização, manutenção de uma elevada precariedade laboral, baixos salários e baixas perspetivas de valorização das pensões de aposentação, destruição da carreira, incluindo, bloqueamento no acesso aos escalões de topo, elevado desgaste físico e psíquico, inexistência de um regime de gestão promotor da participação dos professores nos níveis de decisão e uma crescente dependência de “vontades” conjunturais das autarquias, entre outros aspetos, somam razões para que o número de jovens que querem ingressar na profissão docente seja muito reduzido, o que é uma ameaça para o futuro que tem de ser encarada com seriedade. Este é, hoje, sem dúvida, um dos grandes problemas que afetam todo o sistema educativo", deixa claro este sindicato.


Revista RVP-Ovibeja 2024

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