Um processo de investigação desenvolvido no Instituto Politécnico de Beja resultou no registo de uma patente que permite o tratamento de águas residuais das queijarias de forma a que estas se tornem em Sistema de Descarga Zero. Quer isto dizer que o que antes era um problema dá origem, através deste processo, a subprodutos compatíveis com o uso agrícola.
A investigação, desenvolvida nos laboratórios da Escola Superior Agrária de Beja, surgiu no âmbito de uma tese de doutoramento de Ana Rita Prazeres, uma antiga aluna licenciada em Engenharia do Ambiente. A orientadora desta investigação é Fátima Carvalho, docente no IPBeja de Engenharia do Ambiente e responsável pelas disciplinas de Dimensionamento de Estações de Tratamento de água, que nos explica em que consiste o processo que acabou de ser patenteado.
Ao eliminar as gorduras presentes nas águas residuais das queijarias e as matérias orgânicas, essencialmente a lactose, o processo consiste no uso de um reagente e de um agitador que, em contacto com o Dióxido de Carbono do ar complementa a fórmula que permite duas mais-valias: uma água tratada compatível com a utilização em fertirrega e um correctivo agrícola rico em matéria orgânica, fósforo e azoto.
O processo de investigação, que foi desenvolvido a par de outros que estão a ser testados nos laboratórios do IPBeja, vai ser reconhecido e recomendado pela União Europeia como uma tecnologia emergente. E pode começar a ser usado muito em breve, uma vez que já existe uma empresa interessada na sua comercialização, conforme nos explica Fátima Carvalho.
Um processo com repercussões a nível mundial desenvolvido nos laboratórios do Instituto Politécnico de Beja.
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