No âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público, em investigação no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, encontram-se em curso mais de oitenta buscas domiciliárias e vinte e cinco buscas não domiciliárias, em equipamentos militares localizados na Grande Lisboa, em Beja e em Leiria. Ainda segundo, o comunicado foram, igualmente, emitidos mandados de detenção
No inquérito, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, investigam-se suspeitas de, pelo menos, desde o ano de 2015, algumas messes da Força Aérea serem abastecidas com géneros alimentícios, cujo valor a pagar, posteriormente, pelo Estado Maior da Força Aérea, seria objecto de sobrefacturação. Ainda segundo, o documento, tal aconteceria por acordo entre militares que trabalham nas messes, fornecedores dos géneros alimentícios e um elemento do departamento do Estado Maior da Força Aérea com funções de fiscalização das referidas messes.
No comunicado é ainda divulgado que, com a concordância destes intervenientes, os fornecedores de diversas empresas entregariam determinadas quantidades de alimentos, mas, o valor facturado, no final de cada mês, seria cerca de três vezes superior ao dos bens entregues na realidade, a diferença entre o valor facturado e o dos produtos efectivamente fornecidos seria dividida pelos elementos envolvidos.
Em causa estão factos susceptíveis de integrarem a prática de crimes de corrupção passiva, de corrupção activa e de falsificação de documentos. O inquérito encontra-se em segredo de justiça.